Estudos que apontam que o rio pode secar em até 40 anos, caso as matas não sejam revitalizadas
Enquanto a vazão do Rio Meia Ponte é pauta diária da imprensa goiana, a engenheira agrônoma e especialista em recursos hídricos, Jordana Sara alerta para outras bacias do Estado que também sofrem com a forte seca que atinge o Centro-Oeste brasileiro. É o caso do Rio Araguaia, principal destino turístico da semana férias de julho.
O Rio Araguaia já vem nos últimos anos sofrendo com o desmatamento das matas ciliares e com o açoreamento, agora enfrenta a escassez de chuva. Há, inclusive, estudos que apontam que o rio pode secar em até 40 anos, caso as matas não sejam revitalizadas.
Jordana Sara afirma que, no Rio Araguaia, este é o principal problema que tem assolado a bacia, atrapalhando a infiltração no solo. “São coisas simples que se devem ser feitas, como a implantação da curva de nível e uma série de ações que visa melhorar a qualidade da água”, indica a engenheira, que acredita que as bacias precisam de ter uma preservação maior.
Para recuperar os 2.115 quilômetros de extensão da bacia hidrográfica do Rio Araguaia, que banha quatro Estados brasileiros foi assinado um protocolo de intenções e um acordo de cooperação para execução de um projeto de revitalização.
Segundo a Secretaria do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável de Goiás (Semad), previsão de investimento deste investimento gira em torno de R$ 500 milhões, que vão recuperar, somente na primeira etapa, 10 mil hectares da bacia hidrográfica.
O Estado de Goiás não vai gastar para revitalização e os investimentos serão detalhados de um projeto que está em elaboração pela Universidade Federal de Viçosa, que coordena a proposta. O Projeto Conceitual estimou R$ 242 milhões de investimentos para recuperar 5.000 hectares na Bacia do Alto Araguaia.